Falar com qualquer pessoa, em qualquer lugar, é um dos benefícios que a tecnologia proporciona a todos nós. Isso agora se estende até mesmo a grande parte dos detentos dos Estados Unidos, que já se comunicam com quem estiver do lado de fora por meio de videoconferência.
No entanto, a solução tem seu preço: eles não podem mais ver amigos e familiares pessoalmente, pelo menos não até deixarem de vez a penitenciária. De acordo com uma matéria da NPR, rádio pública do país, o formato foi implantado por mais de 500 instituições norte-americanas. No caso, o sistema é fornecido pela empresa Securus, que determinou em contrato que os encontros fossem proibidos de modo presencial.
A escolha por esse serviço é fácil de ser explicada: gera economia, uma vez que reduz a necessidade de funcionários para acompanhar e inspecionar os presos durante as visitas e diminui contrabandos. Por outro lado, os familiares podem fazer as videoligações direto de suas residências.
Fonte: ArsTechnica.
Mas para isso têm de pagar de 10 a 50 centavos de dólar por minuto – o valor varia de acordo com a localidade em que o detento estiver. Dessa forma, o sistema gera também certo lucro para as penitenciárias. Essas visitas online também podem ser feitas de graça diretamente nas instituições. A regra de não ter contato pessoal, mesmo através de um vidro, é mantida.
Qualidade do sistema não é tão boa quanto de outros serviços conhecidos
Segundo a NPR, a mãe de um detento na prisão do Condado de Cheshire, no estado de Nova Hampshire, afirmou que o sistema não é tão rápido como o Skype, por exemplo, pois apresenta constantes atrasos e travamentos. O mesmo foi dito por Timothy Lee, repórter do site ArtsThechnica, que testou a tecnologia há pouco tempo na penitenciária do Condado de Knox, no Tennessee.
A tendência tem se espalhado rapidamente pelos Estados Unidos, com chances de se tornar uma prática padrão no país. Ela também divide opiniões, pois há quem ache um absurdo que as visitas presenciais sejam completamente banidas. Os defensores da medida, em contrapartida, dizem que isso facilita a vida daqueles que precisam viajar para ver alguém que estiver na prisão.
Fonte: Natasha Haverty/NPR.
Do ponto de vista legal, também não parece haver uma restrição clara a esse tipo de sistema. No caso, as leis apenas determinam que as visitas devem acontecer, mas não indicam se isso pode, ou não, acontecer de forma presencial.
Afinal, trata-se de uma visita ou uma nova forma de fazer e receber ligações? Talvez esse seja mais um debate que especialistas jurídicos, até então, não previram com os avanços tecnológicos.
FONTE(S)NPR